Ao definir-se como um quarto de espelhos fantásticos, Fernando Pessoa encontra no espelho a única certeza comum a todas as "reflexoes falsas", a materializaçao da "única anterior realidade" que os seus inúmeros espelhos "torcem". Tornando a Branca de Neve como uma sublimaçao final da beleza usurpadora da Madrastra e a corporizaçao de uma beleza inicial, considerarei os "inúmeros espelhos fantásticos" de Pessoa e o "cracked looking glass" de Joyce como distorcidas sequelas de uma qualquier pureza de origem ou de uma superfície reflectora una. Argumento que Caeiro, Bloom, o Império Espiritual de Pessoa e a "Irlanda Caricatura do Mundo Sério" de Joyce virao a ser a materializaçao dessa superfície reflectora de origem, Brancas de Neve posteriores às realidades que lhes sao madrastras mas colocadas estrategicamente na sua origem e destinadas a suprir a ausência de uma "única anterior realidade" -pessoal, nacional e global.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados