Alguns traços que caracterizam a contemporaneidade apresentam-se como tensa e complexa conjunção de espaços geográficos e eletrônicos; convivências (vivências em presença) e televivências (vivências a distância); tempo real e espaço planetário; local e global, enlace sintetizado na expressão glocalidade; realidade contígua e telerrealidade. Nesse contexto, a força do lugar impregna e transforma o processo de globalização (dimensões econômica e técnica) em mundialização (dimensão cultural) ou em movimento de "glocalização", pois aos fluxos e estoque globais, mesclam-se, em menor ou maior grau, os fluxos e estoques locais, ocasionando a possibilidade de rejeições, assimilações e hibridações em estado de tensão e permanente movimento. A noção de glocal busca dar conta desse caráter complexo e tenso. Assim, "a glocalização" do mundo e especificamente da educação - conhecimento local e conhecimento universal - redefine o lugar de educação. Ela desatualiza e relativiza locais de atuação, cria novas instâncias passíveis de atuação educacional como a internet e a multimídia, logo obrigando a educação a enfrentar uma complexa gama de desafios. No contexto explicitado, a prática do professor sofre uma ampliação considerável, envolvendo a necessidade de rever princípios, conteúdos e metodologias compatíveis com a potência dos instrumentos digitais, visto a realidade virtual não ser o oposto da realidade imediata, pois, em sua dimensão, existe uma realidade que lhe é própria. Discutir o desafio didático no ensino de comunicação é a proposta deste trabalho.
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