O autor apresenta um ensaio sobre as influências que deverão modelar a formação pré-graduada em medicina geral e familiar (Clínica Geral), no médio prazo, na civilização ocidental.
Começa por recordar as características do ensino universitário, para concluir que o ensino, investigação e serviço são ingredientes essenciais para edificar instituições de excelência para formação de médicos, cuidados médicos de qualidade e progresso científico, e que será em instituições -Departamentos Universitários- com as três vertentes, que se processará o ensino da MGF.
Evoca depois a evolução da medicina e as suas conseqüências para a formação médica. O desenvolvimento das ciências básicas, anatomia, fisiologia e bioquímica, dando uma base científica à medicina e à cirurgia, levaram ao desenvolvimento da medicina hospitalar e ao desvio do ensino médico para o hospital. A desumanização, o despesismo, certo abandono da prevenção, e inequidade da distribuçâo dos benefícios foram custos do movimento hospitalocêntrico da formação médica.
O progresso das ciências humanas veio dar base ciéntifica à medicina que ficou fora do hospital, constituindo uma nova especialidade, a MGF. Esta apresenta soluções válidas para os problemas gerados pelo hospitalocentrismo. O ensino da medicina deverá desenvolver-se na área comunitária e passar a incluir partes importantes da psicologia, sociologia, antropologia, economia, bioética e outras ciências humanas, básicas para a MGF.
O desenvolvimento social, conduzindo ao aumento do poder de decisão do paciente, exigirão um novo relacionamento dos pacientes com os médicos e com a medicina, exigindo da MGF a função de advogado do paciente, conduzindo a um novo paradigma de cuidados partilhados. Esta nova função e este novo paradigma exigirão nova organização da formação básica dos médicos, com ênfase para as aptidões clínicas, cujo ensino deverá ser cada vez mais exigente.
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