Os rizóbios, conhecidos por sua capacidade de fixar N2 em associação com leguminosas, também se mostram capazes de promover o crescimento de não-leguminosas, especialmente pela produção de ácido indol-acético (AIA). Neste trabalho, objetivou-se selecionar rizóbios produtores de AIA e avaliar o efeito de diferentes concentrações deste fitormônio sobre a germinação e o desenvolvimento inicial de plântulas de alface. Foram selecionados quatro isolados de Bradyrhizobium sp. e um isolado de Rhizobium leguminosarum biovar trifolii, os quais foram crescidos por quatro dias em meio levedura-manitol enriquecido com triptofano. Após esse período, avaliou-se a produção de AIA e procedeu-se à inoculação de sementes de alface com os isolados. O isolado TV-13, de R. leguminosarum biovar trifolii produziu 171,1µg mL-1 de AIA, causando prejuízos para o desenvolvimento das plântulas de alface. Por outro lado, os isolados de Bradyrhizobium sp. produziram entre 1,2 e 3,3µg mL-1 de AIA e aumentaram o vigor das plântulas em relação ao tratamento sem inoculação com rizóbios. Para verificar se essas diferenças foram decorrentes das concentrações de AIA, foram realizados mais dois experimentos, nos quais as sementes foram embebidas em culturas de TV-13 com ou sem a presença de triptofano ou em doses crescentes de AIA sintético. O isolado TV-13 crescido na presença de triptofano causou danos progressivos sobre o desenvolvimento das plântulas de alface, o que não ocorreu na ausência de triptofano. Também foi verificado um retardo na germinação das sementes quando submetidas a altas concentrações de AIA sintético. Os resultados indicam a influência do AIA sobre os parâmetros de germinação, de modo que a inoculação de sementes de alface com rizóbios que produzem baixas quantidades de AIA é uma prática recomendável.
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