María Raquel Freire, Paula Duarte Lopes
Os estudos para a paz encontram-se actualmente numa encruzilhada, sendo criticados pelo seu programa de investigação demasiado amplo, pela sua posição acrítica relativamente à terminologia utilizada e pela desconexão entre investigação e acção. Este artigo propõe a reconceptualização do núcleo teórico dos estudos para a paz, não só retomando a paz como valor central, mas também enquadrando o binómio investigação‑acção numa cultura da paz. Parte-se de uma crítica à narrativa convencional sobre conflitos, a qual evoluiu com a Agenda para a Paz de Boutros Ghali, reflectindo desde então uma narrativa centrada na paz. Contudo, apesar da adopção de uma nova agenda política para a paz, os resultados práticos não têm reflectido esta alteração, que se tem revelado mais formal do que operacional. O artigo defende, assim, que a paz e a violência não são mutuamente exclusivas, adoptando o conceito do continuum de pazes e violências e propondo uma peace web para melhor enquadrar as dinâmicas em questão, atendendo especialmente ao âmbito da implementação.
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