Maraliz de Castro Vieira Christo
Acompanhando a cronologia política do Brasil no século XIX, quando passa de Colônia e Reino Unido, a Império e República, construiu-se um rápido panorama da pintura de história brasileira. Não apenas destacou-se a relação estabelecida com o poder, que pertence à gênese desse gênero de pintura, mas, principalmente, apontou-se a atuação de artistas que muitas vezes impuseram visões próprias do passado, ante um meio intelectual ainda incipiente. Buscou-se verificar o processo de construção da memória e do esquecimento, peculiar à pintura de história. O medo à fragmentação, ocorrido na América Latina, com o esfacelamento do domínio espanhol, levou o Brasil a produzir uma iconografia que salientasse a continuidade entre passado e presente, como também a unidade, construída na defesa de seu território face ao inimigo externo; silenciando-se sobre a escravidão e as revoltas internas, que somente serão representadas na República, quando da construção de iconografias locais, necessárias ao espírito federativo.
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