Nas últimas décadas, o desenvolvimento dos espaços rurais no Brasil foi submetido a crescentes influências da globalização. Com referência à diferenciação sócio-espacial do campo brasileiro, resulta destes processos o surgimento de enclaves de inclusão, caracterizadas por uma agricultura modernizada, incorporada à economia global. Neste contexto, a expansão do complexo da soja no Centro-Oeste brasileiro é um dos fenô- menos mais significativos. Por outro lado, observase ao mesmo tempo a exclusão de uma parte cada vez maior do campesinato brasileiro. Este processo de exclusão mostrase economicamente nos acessos ao mercado, cada vez mais limitados, socialmente num aumento da vulnerabilidade, e espacialmente na expulsão de um grande contingente de pequenos produtores para as periferias urbanas ou as frentes pioneiras. Portanto, estas tendências contraditórias do desenvolvimento do espaço rural entre inclusão e exclusão provocam uma série de ações e reações diferentes. Enquanto os enclaves de inclusão fortalecem seus laços com os circúitos globalizados (p.ex. atores transnacionais, infraestruturas de transporte e de comunicação, irrigação etc.), os camponeses se organizam nos novos movimentos sociais, tais como o MST, para defender seus direitos e para garantir seus meios de produção e reprodução. As ações do poder público para o espaço rural oscilam, por sua vez, entre uma perspectiva �desenvolvimentista� apoiando a globalização do meio rural, e políticas e programas que visam a um futuro rural, ecologica e socioeconomicamente sustentável
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