As relações Estado/mercado carecem de uma visão holista das relações entre as dinâmicas materiais e relacionais da sociedade, por um lado, e entre estas e as dinâmicas institucionais, por outro. Sendo o Estado a-instituição-das-instituições, ele comporta mecanismos essenciais à própria existência de mercados, que não são dados �naturais�. Conceber o Estado, o mercado e a sociedade como entidades opostas é, pois, errado. Certeira é a perspetiva institucionalista que, ancorada em Polanyi, propõe uma abordagem política do Estado e do mercado. As economias são, de facto, sistemas institucionais de produção onde, aliás, a espessura material do Estado enquanto organização e administração é relevante. Por isso, a perspetiva institucionalista precisa de ser refinada, para mostrar que o Estado não é só uma entidade político-jurídica. Esta é uma das finalidades centrais deste texto.
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