Ayuda
Ir al contenido

Dialnet


Avanços das pesquisas com carrapatos no brasil

  • Autores: Kátia Maria Famadas
  • Localización: The Biologist, ISSN-e 1994-9073, ISSN 1816-0719, Vol. 10, Nº. Extra 2 (julio-diciembre), 2012
  • Idioma: portugués
  • Texto completo no disponible (Saber más ...)
  • Resumen
    • O conhecimento dos carrapatos brasileiros, sob a ótica da sistemática, se deveu e grande parte aos trabalhos de Koch e Neumann (entre 1844-1911) e às pesquisas iniciadas no Instituto Oswaldo Cruz-IOC por Rohan Aragão. Em 1909, junto com a Coleção Entomológica do IOC (CEIOC) em Manguinhos, foi criada a coleção de carrapatos com um acervo de 40 espécies. Aragão contribuiu com 6.833 amostras de carrapatos distribuídos em 11 gêneros. A Coleção tinha por finalidade o estudo sistemático dos carrapatos no Brasil. Nos anos que se seguiram foram realizadas descrições de várias espécies novas e publicados vários outros trabalhos como a tese de Rohr sobre �Estudos sobre Ixódidas do Brasil� e a primeira descrição de partenogênese em carrapatos. Durante os anos 30, Dr Fonseca, médico parasitologista, iniciou a coleta de ácaros do Instituto Butantan, em São Paulo. Em 1963, a coleção já contava com aproximadamente 80.000 exemplares, dos quais aproximadamente 30% eram carrapatos. Mesmo após morte de Aragão, Fonseca em 1961 publica importante obra na VIII Nota de ixodologia a �Lista e chave para os representantes da fauna ixodológica brasileira�, o qual serviu e ainda serve de referencia no estudo destes artropódes. Outras pesquisas importantes seriam publicadas por Dias (médico, parasitologista), Travassos e Vallejo-Freire nos anos que se seguiram, como o da criação de Amblyomma cajennense com objetivo de avaliar seu papel como principal transmissor e reservatório do agente da Febre Maculosa de São Paulo e preparo de vacina contra esse agente. Entre os anos de 1970 e 1980 destacam-se estudos de biologia, ecologia e controle do carrapato do boi, Rhipicephalus microplus. Vários pesquisadores do sul do país principalmente do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro (UFRRJ) se destacam nesse sentido, os primeiros pelo grande problema que este carrapato representa para pecuária bovina na região e a necessidade de seu combate; os demais, por albergar o primeiro (1965) curso de pós-graduação na área de parasitologia veterinária, onde um núcleo de estudos nessa área estava estabelecido. No período entre 1980 a 1990, o Dr. Serra Freire da UFRRJ dá reinício aos estudos com A. cajennense, cujo destaque era a saúde animal; são realizados estudos de sazonalidade e comportamento dos estádios não parasitários em pastagens e o parasitismo em bovinos leiteiros no estado do Rio de Janeiro. O Dr. Faccini e equipe retomam estudos de morfologia com populações no Brasil de R. microplus e posteriormente R. sanguineus com registro da presença de variação intraespecífica em caracteres importantes para o diagnóstico de ambas espécies. Em 1985 foi levantada suspeita de febre maculosa brasileira em três indivíduos residentes no Município de Pedreira com casos de óbito e em 1988 foi isolada Rickettsia de um caso de febre maculosa proveniente da zona rural de Mogi das Cruzes, SP. E novamente os carrapatos foram foco da atenção na área de saúde coletiva. Entre 1989 e 1991, a coleção do Museu de Historia Natural Capão da Imbuia (MHNCI) estava sob a responsabilidade de Barros-Battesti, e posteriormente de Arzua. Esta é uma dos quatro maiores coleções brasileiras em número de exemplares, criadas durante a última década. Em 1992, Serra-Freire por convênio de cooperação técnica e científica foi cedido a Instituto Oswaldo Cruz, e deu início à recuperação da Coleção de carrapatos. Nesta ocasião passa a ter dois acervos; um fechado a Coleção Henrique Aragão (Coleção Histórica) e outra (coleção aberta) a nova Coleção Ixodológica para fins depositários. Em 1993, na UFRRJ é defendida tese por Famadas (Redescrição de A. cajennense com uso de microscopia eletrônica de varredura) onde é realizado o primeiro estudo de microscopia eletrônica com carrapatos no Brasil. Em 1994, Arzua et al. no Paraná, Rojas et. al. (1995), Minas Gerais publicam sobre carrapatos nas aves silvestres com registro de Ixodes auritulus e de A. cajennense, respectivamente. Em 1995, a coleção do Instituto Butantan (IBSP), São Paulo, é assumida pela Dra. Barros-Battesti uma das mais importantes da América Latina, devido ao estado de conservação de suas espécies, e inclusão de material do tipo, não só do Brasil, mas também de outros países. Ainda na década de 90 já se destacam núcleos importantes de estudos com carrapatos nas regiões Sul e Sudeste. Isso se deveu principalmente a ressurgência da Febre Maculosa no trecho São Paulo-Minas Gerais e posteriormente, alguns poucos focos no Rio de Janeiro. Em 1997, a Dra. Masuda lidera trabalhos com anticorpos monoclonais contra R. microplus e alavanca uma série de pesquisas buscando a produção de uma vacina. Oriundo do núcleo de pesquisas da UFMG o Dr. Labruna (Dr. Cerqueira Leite) organiza no final da década de 90 a Coleção Nacional de Carrapatos da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (CNC-FMVZ/USP), foi formado aí um novo núcleo de pesquisas com carrapatos como vetores de riquétsias. Entre 2000 e 2012, intensificam-se as pesquisas com uso de tecnologias avançadas: biologia molecular e celular, genômica e proteômica. Além de pesquisas avançadas visando produção de vacina contra carrapato (UFRGS, UFV, UENFE), novas espécies são descritas (USP e BUTANTAN) e ferramentas como chaves e estudos filogenéticos são publicados e sequencias genéticas são depositadas (USP, BUTANTAN e UFRRJ). Nesse período o grupo liderado por Salcedo da UFV também dá início às pesquisas com peptídios vacinais e desenha um vacina sintética (SBm7462) contra R. microplus. Na UNESP Jaboticabal e Rio Claro, em 2004, pesquisas de histologia, fisiologia e patologia de carrapatos (Bechara e Camargo-Mattias) são desenvolvidas. Em 2009, pesquisadores do Instituto Butantan anunciam uma proteína encontrado na saliva do carrapato que foi eficaz em impedir o crescimento de certos tipos de câncer de ratos em laboratório e publicam (Onofrio e col.) chave ilustrada para as espécies de Ixodes do Brasil e atividade antimicrobiana da cera do ovo de A. cajennense. Chave para ninfas de Amblyomma é publicada por Martins (USP) (2010). Pesquisadores da UFRGS, UENF, UFRJ e UNIFESP formam uma rede INCT- Entomologia Molecular e rede de pesquisas em Imunologia, Bioquímica, Biologia Molecular de artrópodes hematófagos. Na UFG Borges lidera pesquisas inéditas no país na identificação dos principais compostos utilizados na comunicação química dos carrapatos, incluindo feromônios e cairomônios. Os vários métodos de controle alternativo são também objeto de pesquisas, como homeopatia e nematoides patogênicos (Furlong/UFJF e Embrapa Gado de Leite) e fungos entomopatogênicos na liderança de Bittencourt da UFRRJ. Aspectos da bioecologia de carrapatos de animais silvestres continuam objeto de estudos do grupo da UFRRJ (Faccini e Famadas) bem como estudos de morfologia das larvas de Amblyomma e variações populacionais e R. sanguineus no Brasil (2010). Mais recentemente uma vacina multigênica para R. microplus foi testada a campo por Vaz Jr. e equipe (2012). Nos últimos anos egressos dos principais centros de pesquisas no país estão se inserindo nas Universidades e Centros de Pesquisa nas regiões nordeste, centro-oeste e norte. Novos núcleos começam a desenvolver trabalhos de levantamento da Ixodofauna local, atualizando o registrado na década de 50-60 e gerando dados sobre agentes patogênicos zoonóticos mantidos na fauna silvestre. As tendências para estudos futuros parecem apontar para o problema do carrapato dos bovinos ainda na busca de métodos eficazes de controle com menor relação custo benefício, como o uso de vacina, pois segundo Grisi (UFRRJ) as perdas para 2003 foram estimadas em 2 bilhões de dólares; monitoramento da dispersão e ecologia das espécies já assinaladas no Brasil ou registro daquelas introduzidas; compreensão dos mecanismos de transmissão no que concerne à associação entre microorganismos; estudos de modelagem no que concerne a relação presença de carrapatos e risco de transmissão de patógenos causadores de zoonoses; estudos de comportamento e mecanismos fisiológicos importantes como alvos para desenvolvimento de métodos de controle seletivo e etc. Também é importante que a formação de recursos humanos, principalmente aqueles na área de taxonomia, fisiologia, ecologia seja implementado haja vista a grande demanda de especialistas principalmente nas regiões norte, nordeste e cento oeste.


Fundación Dialnet

Dialnet Plus

  • Más información sobre Dialnet Plus

Opciones de compartir

Opciones de entorno