Pedro Providência, Paulo Providência, Constança Providência, Martha Tavares
Em Portugal, no período do Estado Novo, foi promovida a utilização exclusiva do branco na recuperação das fachadas dos edifícios dos centros históricos. Porém, o estudo das pinturas de meados do séc. XIX a meados do séc. XX, que representam o Centro Histórico de Coimbra (CHC), revelou a existência, nesse período, de edifícios com revestimentos ricos em cor. Esta conclusão foi corroborada pelo estudo estratigráfico dos revestimentos de edifícios do CHC, o qual possibilitou a identificação e classificação de cores utilizadas no passado e correspondentes pigmentos. Contudo, actualmente, tanto a cor como a composição da tinta da maioria das fachadas coloridas do CHC são diferentes das existentes no passado.
As cores identificadas no estudo estratigráfico referido estão intrinsecamente ligadas às tintas de cal usadas no passado e sua produção, que consistia na adição de pigmentos minerais coloridos ao leite de cal. Sendo o número de diferentes pigmentos então utilizado limitado, também as cores com eles produzidas o é, excepto pela proporção de pigmento utilizada que se pode variar. Parece pois natural que se tente determinar quais as cores que teria sido possível produzir com aqueles pigmentos.
De modo a avaliar a possibilidade de aplicar o conceito de cor resultante à definição destas cores, que foram ou poderiam ter sido produzidas no passado, foi concebido e executado um procedimento experimental exploratório, cujos resultados foram confrontados com os obtidos por aplicação do conceito de cor resultante. Este artigo reporta o procedimento, os resultados obtidos e a sua análise.
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