É recorrente concluir-se que níveis mais elevados de autoconfiança dos alunos, relativamente às suas capacidades para interagir com a matemática, associados a uma maior utilidade percebida da mesma concorrem para os alunos terem representações positivas da disciplina. Pretendeu-se averiguar se no contexto universitário se mantém esta tendência linear na relação entre as duas dimensões (afectiva e instrumental) estruturantes das representações das disciplinas de métodos quantitativos. Um segundo objectivo consistia em perceber como é que os alunos de diferentes cursos (de áreas científicas distintas) gerem as suas representações relativamente a essas disciplinas.
Foi aplicado um inquérito por questionário a uma amostra de alunos numa instituição universitária. Para a definição dos padrões de representações foi usada a Análise de Correspondências Múltiplas e para a identificação de factores explicativos dos perfis dos alunos foi usada a Regressão Categorial.
Os resultados evidenciam que o espaço das representações dos métodos quantitativos em contexto universitário é um espaço marcado pela heterogeneidade, mas cuja complexidade ultrapassa essa tendência linear na relação entre a dimensão da utilidade e a dimensão afectiva. Outra das conclusões é a não sustentabilidade da tese que aponta (pelo menos em contexto não universitário) para a feminização da falta de auto-estima e da auto-confiança para lidar com disciplinas desta área científica. Concluímos ainda que parece existir uma certa cultura de curso, na medida em que os cursos tendem a reflectir um padrão predominante de representações dos métodos quantitativos.
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