Existem em Portugal cerca de 15.000 crianças a viver em meio exterior à sua família de origem, seja em instituições, seja em famílias de acolhimento. A protecção à infância tem suscitado, nos últimos tempos, grande interesse mediático e conduzido à alteração de leis e à implementação de novas medidas e metodologias de trabalho. Contudo, as reformas têm ocorrido sem que uma avaliação realmente isenta e aprofundada da realidade as preceda e sem a auscultação dos seus principais interessados e visados: as crianças.
Esta investigação, realizada junto de 23 crianças e jovens institucionalizadas, provenientes de duas instituições de acolhimento, procurou colocar a criança enquanto real focus da análise e dar-lhes voz, fazendo jus à máxima «no supremo interesse das crianças». Foi assim solicitado às crianças que expressassem as suas opiniões, representações e expectativas em relação à família, à institucionalização e à adopção, no fundo, em relação às decisões que são, em nome do seu melhor interesse, tomadas sobre a sua vida e o seu futuro.
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