"Se não cuidarmos de nós, ninguém cuidará": autoajuda financeira e racionalidade política neoliberal

• Autores: Fernando Ampudia de Haro
• Localización: Revista crítica de ciencias sociais, ISSN-e 2182-7435, ISSN 0254-1106, Nº. 101, 2013 (Ejemplar dedicado a: Perspetivas interdisciplinares sobre consumo e crédito), págs. 111-134
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • "Si nous ne nous occupons pas de nous, personne ne le fera à notre place": auto-assistance financière et rationalité politique néolibérale
  • "If We Don�t Look after Ourselves, No One Will": Financial Self-help and Neoliberal Political Rationality
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• Resumen
  • português

    O objetivo do presente artigo é analisar criticamente o discurso elaborado pela literatura de autoajuda financeira (LAF) no contexto geral do processo de financeirização. Esta análise utiliza como material empírico publicações próprias deste género disponíveis no mercado editorial português, desenvolvendo-se de acordo com a grelha teórica dos estudos sobre governamentalidade (governmentality studies) de inspiração foucaultiana. Na primeira secção é revisto o conceito de financeirização, apontando para as suas debilidades e forças teóricas e empíricas. A falta de atenção aos aspetos microssociológicos é precisamente uma das debilidades que justifica a necessidade de explorar, numa segunda secção, o tipo de subjetividade relacionada com o capitalismo financeirizado. A terceira secção analisa as dimensões centrais dessa subjetividade tal como é apresentada pela LAF, o que inclui um enquadramento das características destas publicações assim como o estudo do motivo, do objetivo e da forma de fazer aquilo que a autoajuda aconselha. A última secção centra-se na base social dos textos como ferramentas discursivas próprias de uma racionalidade política neoliberal.

  • English

    The aim of this article is to critically analyse the discourse produced in financial self-help literature (FSHL) within the general context of the financialization process. This analysis uses publications of this genre, available on the Portuguese market, as empirical material, and is based on the theoretical approach of governmentality studies inspired by Foucault. The first section reviews the concept of financialization, identifying its theoretical and empirical strengths and weaknesses. One such weakness is the lack of attention paid to microsociological aspects which justifies the need to explore, in the second section, the type of subjectivity related to financialized capitalism. The third section examines the key aspects of this subjectivity, as presented in FSHL, including a framework for the characteristics of these publications, as well as a study of the motives, objectives and ways of putting self-help advice into practice. The final section focuses on the social basis of the texts as discursive tools of neoliberal political rationality.

  • français

    L'objectif du présent article est d'analyser de façon critique le discours élaboré par la littérature d'auto-assistance financière (LAF) dans le contexte général du processus de financiarisation. Cette analyse utilise comme matériel empirique des publications propres à cette matière et disponible sur le marché éditorial portugais, en se développant en accord avec la grille théorique des études sur la gouvernementalité (govermentality studies) d'inspiration foucaldienne. Dans la première section nous revisitons le concept de financiarisation, en mettant l'accent sur ses fragilités et sur ses forces théoriques et empiriques. L'absence d�attention portée aux aspects microsociologiques est précisément l'une des fragilités qui justifient le besoin d�explorer, dans une seconde section, le type de subjectivité qui est en rapport avec le capitalisme financiarisé. La troisième section analyse les dimensions centrales de cette subjectivité telle qu'elle est présentée par la LAF, ce qui comprend un encadrement des caractéristiques de ces publications, tout autant que l�étude du motif, de l'objectif et de la façon de faire ce que l�auto-assistance conseille. La dernière section se concentre sur la base sociale des textes comme outils discursifs propres à une rationalité politique néolibérale.