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Resumen de Na escuta dos discursos sobre as sexualidades: desafiando para novos sentidos de cidadanias

Carmo Marques, Maria da Conceição Nogueira

  • Esta comunicação pretende ser uma reflexão sobre os conceitos de cidadania e justiça social perante as reivindicações assumidas dentro do movimento feminista (levantadas pelos feminismos pós-modernos), do movimento LGBT - Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais -, e queer, pelo reconhecimento plural da diferença e, consequentemente, na imposição de novos sentidos para estes mesmo conceitos. Novos sentidos... onde a exclusão passe a ser inclusão, onde universal passe a ser diferenças, onde unidade passe a ser diversidades...

    É um debate complexo e cheio de tensões... mas acima de tudo, evidência que encontrar novos sentidos é rejeitar dicotomias e complexificar as questões de opressão e dominação, presentes nas relações de género.

    Perante a pluralidade de ser e de viver as sexualidades parece demasiado redutor e insuficiente continuar a analisar as relações entre géneros com base numa relação de poder dicotómica, em que uma é dominada e o outro é o dominador. Com a emergente pluralidade de identidades sexuais e, consequentemente, de novos movimentos sociais, surgem também novas leituras sobre as realidades, tal como o feminismo pós-moderno e a teoria queer, que pretendem (re)definir novos sentidos para os termos cidadania e justiça social, incluindo o direito à sexualidade, seja ela qual for.

    A reinvenção do conceito de cidadania, emerge do facto de esta ser pensada de uma forma excluente sustentando-se num paradigma universal, masculino e heterossexual, silenciando vozes que se afastam desta normatividade. Várias vozes têm reclamado uma reformulação do conceito de cidadania de forma a incluir as suas identidades nos direitos civis, sociais e políticos que cada cidadão (e coloco no falso neutro, ou seja, no masculino, porque são exactamente as mulheres que mais se sentem excluídas na actual concepção de cidadania - como entidade universal, singular e abstracta) deve usufruir. Tal como afirma Helena Araújo (2002), a cidadania atribuída como universal não interessa às mulheres e deve ser/ é questionada, colocando em causa o pensamento de alguns teóricos da cidadania que ""(...) precisam de ser lembrados, ou mesmos convencidos, de que este conceito [que analisam como] ostensivamente neutro quanto ao género, é, de facto, profundamente genderizado" (Lister 1997:1), implicando realidades e vivências de exclusão de participação nas estruturas de poder político e de falta de reconhecimento das diferenças em variados aspectos da vida social." (Helena Araújo 2002: 6).

    O pensamento feminista, resultante das diferentes vozes que compõem o próprio movimento ( lésbicas, black feminists, ...) têm desafiado novas potencialidades para a cidadania, articulando esta com o género, etnicidade, orientação sexual, classe e cultura. Sendo o movimento feminista o grande impulsionador neste desafio, actualmente, e com a emergência pública e política de novas identidades de sexualidade(s), o movimento LGBT e queer vêm contribuir para a reformulação do conceito, reclamando também uma cidadania sexual, apelando e reivindicando que a discussão em torno da(s) cidadania(s) também deve incluir as questões das sexualidades, tornando o debate em torno da cidadania muito mais complexo.


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