Ayuda
Ir al contenido

Dialnet


Catadores de lixo: uma experiência da modernidade no Oeste Paranaense

  • Autores: Eugênia A. Cesconeto
  • Localización: A questão social no novo milénio, 2004, pág. 149
  • Idioma: portugués
  • Enlaces
  • Resumen
    • Este trabalho pretende detalhar alguns elementos que contribuíram para o agravamento do problema social, em específico o desemprego no município de Toledo - Paraná, bem como, as experiências de reinvenção das formas de trabalho, que de certa forma coloca nas mãos dos trabalhadores a responsabilidade de sua própria sobrevivência. Alternativas e soluções até pouco tempo não reconhecidas ou negadas pelo mercado, hoje qualificadas como trabalho informal.

      Essas alternativas dão seqüência ao trabalho por conta própria, recriando modos de vida comunitários e estratégias inovadoras de sobrevivência, essas relações contemporâneas de trabalho podem estar traduzindo processos sociais recriados e atualizados que demarcam a exclusão social. A noção de exclusão social estudada á luz de padrões de reprodução social, explicita as singularidades do processo de desenvolvimento capitalista brasileiro.

      A experiência dos catadores de material reciclável será o foco deste trabalho, principalmente, por explicitar códigos normativos que efetivam a discriminação social na catação e estabelecem regras de higienização do espaço e da vida humana.

      Ao examinar, em um enfoque histórico-cultural, algumas idéias, práticas e estratégias de sobrevivência dos catadores de material reciclável da cidade de Toledo - Paraná, na história do tempo presente, abrangidos pelo Programa Lixo Útil /Câmbio Verde.

      A experiência em curso do Programa Câmbio Verde, implantado em 1994, coordenado pela Secretaria Municipal de Ação Social e Cidadania, tendo por objetivo trocar lixo reciclável por alimentos (hortifrutigranjeiros), revela que os muitos caminhos pelos quais se tem feito a modernização no campo incluem também a constituição do espaço de exclusão social.

      Pretende-se assim, desvendar processos sociais pouco conhecidos, revelando um pouco que seja sobre os modos pelos quais essas pessoas têm sobrevivido, as hierarquias sociais, o funcionamento das trocas comerciais, o que é produzido na esfera privada,, os valores que organizam a sociedade local e a naturalização da pobreza. São todas elas questões relevantes.

      Esse trabalho se ocupa da exclusão social. Muitas das situações descritas no caso em foco, como de exclusão, representam porém, as mais variadas formas e sentidos advindos da relação inclusão/exclusão. Sob esse rótulo estão contidos inúmeros processos e categorias, uma série de manifestações que aparecem como fraturas e rupturas (termos utilizados por Castel, 1998) do vinculo social (pessoas idosas, deficientes, desadaptados, minorias étnicas ou de cor, desempregados de longa duração, jovens impossibilitados de acender ao mercado de trabalho, etc.).

      No caso dos catadores de material reciclável, estabeleceu-se uma vinculação direta com o próprio lixo, com o que não serve mais, com o insalubre, com o sujo, com as epidemias e com a contaminação, aspectos que ultrapassam os limites espaciais e atingem toda a sociedade. As diferenças entre pessoas e grupos sociais vão aos poucos sendo demarcados pelo ideário de higiene. Estão expressas nos códigos normativos da limpeza, da ordenação e da classificação dos sujeitos e do espaço no qual estão inseridos.

      A pobreza e miséria se confundem com transvio e marginalidade, flagelos contra os quais desenvolveu-se um sistema de defesa contra os pobres, gente à-toa, ociosos e ladrões, todos misturados numa mesma penumbra. É a existência de desvios múltiplos com relação à regra que permite a história trabalhar sobre os deslocamentos, sintomas privilegiados dos movimentos profundos da sociedade.


Fundación Dialnet

Dialnet Plus

  • Más información sobre Dialnet Plus

Opciones de compartir

Opciones de entorno