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Resumen de O Espaço do discurso histórico contrahegemônico na educação escolar

J.L. Callai

  • Nas últimas décadas a produção historiográfica e o ensino de história, no Brasil, apresentaram especial renovação por conta do desenvolvimento daquilo que Le Goff e Nora denominaram "novos problemas, novas abordagens, novos objetos". A produção historiográfica no circuito acadêmico/universitário beneficiou-se da expansão dos cursos de pós graduação e do intercâmbio com centros universitários internacionais. Já a história escolar recebe o influxo daquela renovação embora com uma certa defasagem. Mesmo assim novos materiais escolares, particularmente livros didáticos, e novas metodologias de ensino e conteúdos escolares são responsáveis por mudanças significativas. Estas mudanças, eventualmente mais de forma, não rompem está claro com os limites da educação escolar que tem na transmissão de determinados conhecimentos e valores a sua marca maior.

    Em qualquer sociedade e tempo que se considere , sempre que nos defrontamos com o conhecimento histórico, com a manifestação de uma consciência histórica, estaremos diante do desafio de definir qual é o conhecimento histórico legitimo. Há evidentemente uma forte disputa no interior da comunidade de pesquisadores, e mesmo no âmbito da sociedade, pela hegemonia da legitimação deste ou daquele conhecimento.. O conhecimento histórico é institucionalizado (passa a ser considerado verdade) sob a chancela de determinados interesses e a partir de então passa a ser transmitido como "a história" . Esta institucionalização se apresenta particularmente forte na educação básica onde a função do ensino de história é que lhe determina os usos. Entre outras, é função da escola básica, a conformação de determinada homogeneização social, daí porque a história escolar apresenta forte cristalização de conteúdos.

    Para Marc Ferro a história é produzida a partir de focos de consciência histórica que guardam relação com o jogo de relações e interesses em que a sociedade se constituiu.Há um foco instituidor, hegemônico, que produz a história oficial e focos de contra-história que produzem outra versão ou buscam legitimar novas perspectivas de explicação do passado. A efetividade de legitimação de uma nova história, contra-hegemônica, depende da possibilidade desses outros agentes sociais envolvidos estarem dotados de auto-consciência, de estarem buscando uma explicação que os legitime, inscreva-os no panteão da história.

    Em que termos a luta política, revestida pela disputa em torno do conhecimento histórico "legítimo", se apresenta no âmbito da educação escolar. O palco desta disputa inscreve-se, para efeito deste estudo, nas práticas docentes, na seleção dos conteúdos escolares, e nas temáticas dos livros didáticos. Nos últimos 100 anos a população camponesa no Brasil foi vitima de profundos processos de rearranjo oferecendo uns poucos momentos de resistência organizada. Consideradas três dessas situações significativas no espaço sul-brasileiro - Guerra do Contestado início do século XX, Revolta dos Colonos do Sudoeste do Paraná 1953 e MST-Movimento dos Trabalhadores Sem Terra décadas mais recentes - interessa identificar como a história escolar recebeu, incorporou e tem trabalhado o conhecimento histórico desses movimentos sociais, elevados neste caso a condição de sujeitos históricos.


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