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Resumen de Lazer e sociabilidade entre jovens usuários de drogas da periferia de João Pessoa num contexto de risco

Clara Maria Pereira Carvalho Carneiro da Cunha, M.S.S. Vieira

  • Sabe-se que na contemporaneidade, são vários os motivos pelos quais o ser humano busca a droga, seja para contactar-se com o mundo interno ou externo, onde pensa-se e vive-se de acordo com as respostas exigidas e impostas pela sociedade. Tais exigências suscitam respostas que possibilitam sensações de impotência e de incapacidade, principalmente nos adolescentes, que em pleno desenvolvimento vivenciam a ambivalência, baixa auto-estima, desconhecimento de si; são facilmente influenciáveis e buscam através de vivencias em grupos, uma racionalidade, onde a fuga ao enfrentamento da realidade ocorre através de motivações diversas. O risco se faz presente pois dentre as características mencionadas anteriormente, a onipotência aparece como desafio aos seus limites. Nesse espaço de carências sociais e ausência de perspectivas para o futuro, a droga entra como parceira das práticas de lazer na busca de alívio da angústia social e na procura de sentido de existir. Questionamentos surgem: Quais as diversões que possibilitam prazer para este seguimento jovem, envolvido com uso de drogas? Qual a associação entre o lazer e os drogas? Qual a importância da associação entre droga e lazer na contemporaneidade? Por que todas essas situações de risco não impedem que tais jovens se desvinculem do uso de drogas associado ao lazer? Onde estão localizados esses espaços de lazer e como se dão esses encontros? A pesquisa a ser realizada, será em bairros periféricos da capital de João Pessoa na Paraíba/Brasil. O objetivo deste estudo é investigar quais as formas de lazer, encontradas por jovens usuários de drogas da periferia de João Pessoa/Paraíba/Brasil, enfocando a sociabilidade do mesmo e sua relação com o risco. O estudo se fundamenta no pensamento de autores de diversas áreas das ciências sociais e da psicologia, tais como Freud, Le Breton, Edgar Morin, Birman, Bucher, Dejours, Giddens, Gilberto Velho e Zalua, que analisam e conceituam, juventude, risco, uso de drogas e lazer. A possibilidade de que esta pesquisa venha mostrar as várias formas de diversão de jovens cujo poder aquisitivo não lhes facilita prazeres próximos a jovens bem mais equipados socialmente, se faz importante. Um dos motivos, é o conhecimento de nossa realidade, que demosnstra uma grande inscidência desta população, a fim de possibilitar a profissionais que se interessam e trabalham com esta temática, a formularem políticas sociais mais realistas voltadas para o lazer, quase inexistentes para esta camada social. Isto pressupõe a idéia de que se existissem mais espaços de diversão, onde os jovens pudessem sentir-se úteis desde o seu planejamento até a sua utilização, a quantidade de situações e comportamentos de risco aos quais eles estão sempre buscando, poderiam diminuir e tal contexto poderia ser revertido em prol de um desenvolvimento juvenil menos estigmatizado, mais saudável, propiciando quem sabe, a criatividade e expansão de uma cultura própria, cujo fortalecimento far-se-ia através do desejo e impulso de vida e não de morte, tão observado na atualidade em função do desencantamento do mundo e do mal estar da civilização, como já foi dito por Max Weber e Sigmund Freud.


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