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Catolicismo popular, pentecostalismo e técnicas corporais: uma visão comparativa dos usos da prece em dois contextos religiosos

  • Autores: Marcia Contins
  • Localización: A questão social no novo milénio, 2004, pág. 341
  • Idioma: portugués
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  • Resumen
    • Meu objetivo nesta comunicação é discutir os significados da "prece" em dois contextos religiosos distintos: no chamado "catolicismo popular" e no pentecostalismo. Para isto, focalizarei inicialmente as festas do divino espírito santo, no Rio de Janeiro, realizadas por imigrantes açorianos e brasileiros católicos, em diversos bairros dessa cidade. O ponto central da análise são as "novenas" que são realizadas durante os festejos, entre os meses de abril e junho de cada ano. Em termos comparativos, focalizarei, no caso dos pentecostais, os significados da prece entre os fiéis da Igreja Assembléia de Deus no Rio de Janeiro. Nesse contexto, a prece é percebida de uma forma individualizada e interiorizada, tornando-se cada vez mais um rito individual. As técnicas corporais, equipamentos e objetos materiais utilizados nesses dois contextos religiosos constituem-se em mediadores fundamentais entre os seres humanos, e entre estes e a divindade. Nesse sentido, mais do que a expressão de relações sociais e simbólicas, a prece tem uma função constitutiva nas concepções de pessoa, corpo e suas relações com a divindade. O ponto principal que quero discutir neste texto são as rezas que os devotos realizam, durante sete semanas, para o divino espírito santo. Levarei em conta para esse trabalho os dados que reuni principalmente junto à irmandade do Catumbi na Zona Norte do Rio de Janeiro. Estou considerando a "prece", basicamente a partir da discussão de Marcel Mauss (1974) sobre essa categoria. Para esse autor a prece é ao mesmo tempo um rito e uma crença. Ela consiste em movimentos materiais dos quais se esperam resultados e também é um credo. A reza é ação e pensamento num mesmo momento religioso. A reza também é a utilização do corpo no sentido de uma técnica. Seguindo as sugestões desse autor, entendo "técnica" como um ato tradicional eficaz, que não difere essencialmente de um ato mágico, religioso ou simbólico. Em relação aos pentecostais podemos dizer que os ritos relacionados às orações são individualizados. O fiel fala diretamente com deus e pede a graça; é uma prece mental e interna. É possível dizer que a relação dos pentecostais com o espírito santo se processa através do indivíduo (o sujeito da relação é o indivíduo). O espaço, no sentido total (espaço do corpo, espaço moral, espaço físico, etc), é definido, entre eles, a partir de um conflito permanente entre o espírito santo e o demônio. Podemos pensar então em duas lógicas para percebermos as diferenças entre uma e outra experiência: no caso das festas do divino, uma lógica da conjunção, onde tudo está interligado de modo complementar (homens e deuses, vivos e mortos, homens e mulheres, ricos e pobres, etc). No caso dos pentecostais, uma lógica individualizante, onde se configura uma autoconsciência definida a partir de uma relação não ritualizada com o espírito santo. Para os pentecostais a relação com o espírito santo se dá diretamente, sem posições definidas no calendário religioso.


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