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Resumen de A mercantilização do sagrado: um estudo sobre a estruturação de igrejas dos protestantismos brasileiros

Antonio Roberto Coelho Serra

  • A análise realizada por grupos de pesquisadores interessados em acompanhar as transformações em diferentes campos organizacionais tem evidenciado uma expansão da lógica dos negócios a campos organizacionais tradicionalmente distantes do mercado (CARVALHO, 2003; SILVA E CARVALHO, 2003, SOLÈ, 2003). O campo religioso parece não ter escapado à expansão desta lógica e, mostra sinais de abandono da racionalidade substantiva que parecia lhe caracterizar anteriormente e vir a abraçar crescentemente a racionalidade instrumental característica das organizações empresariais. Enquadrado no âmbito da Teoria das Organizações, o presente estudo elegeu a Igreja como objeto de investigação devido à sua influência ideológica, política e econômica na civilização ocidental e, também, à sua riqueza de manifestações organizacionais que refletem uma gama de diferenciações estruturais e culturais.

    O protestantismo e, principalmente o pentecostalismo, passaram nos últimos cem anos, por mudanças radicais, diversificando, crescendo e dividindo-se. Em meio a tanta mutação, o número de correntes e de centros de propagação das idéias religiosas se expandiu com intensidade. Esta expansão parece ter provocado um comportamento diferente nas igrejas que parecem adotar estratégias empresariais de adaptação ambiental e luta por nichos de mercado. Cada vez mais, percebe-se igrejas atendendo às contingências ambientais, adaptando-se e fazendo concessões, modificando seu padrão de conduta, sua moral, sua identidade e principalmente seu modo de funcionamento para não sucumbirem na acirrada disputa do "mercado" religioso. O direcionamento das mudanças que ora se percebe pode ser interpretado e compreendido sob a ótica de influência da expansão da lógica de mercado e do uso da racionalidade instrumental em suas ações. Hoje os evangélicos, conforme apontam os dados do último censo populacional de 2000, estão em franca expansão, evoluindo de 9% em 1991 para mais de 15,4% da população brasileira atualmente. Deste total, 67,6% são de origem pentecostal, 27,4% pertencem ao protestantismo histórico e 5% de outros grupos evangélicos. Um outro dado interessante é que mais de 80% desta população vive em área urbana. Em parte esse avanço tem origem nos propósitos dos liberais, positivistas e republicanos, que defendiam a separação constitucional entre Igreja e Estado na segunda metade do século XIX, contribuíram para a redução da religião à particularidade das consciências individuais. Fato que gerou, em 1890, a laicidade do Estado e proporcionou a formação e expansão de um mercado religioso pluralista. Daí o conseqüente acirramento da concorrência nesse "mercado" acabou incitando seus agentes a empregar estratégias freqüentes no mundo dos negócios. A intenção deste trabalho é fazer uma análise das estruturas organizacionais percebidas em igrejas protestantes históricas em comparação às igrejas pentecostais e neopentecostais, para a partir daí, compreender o quanto há de influência da lógica de mercado, como base das transformações em suas configurações. Para tanto, pretende-se descrever os elementos que caracterizam a expansão da lógica de mercado no âmbito das igrejas protestantes analisadas; identificar e caracterizar as configurações organizacionais de igrejas protestantes de origem histórica, pentecostal e neopentecostal; associar as configurações organizacionais das igrejas evangélicas de diferentes origens aos elementos característicos da lógica de mercado.Trata-se de uma pesquisa qualitativa multicaso, onde se compara a configuração organizacional das igrejas evangélicas de diferentes origens no Brasil. As observações elaboradas propõem-se dentro de uma perspectiva descritivo-analítica, fazer uma avaliação longitudinal, com corte seccional, das instituições analisadas.


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