O fenômeno religioso passou, nos últimos séculos, por uma evolução paralela às rápidas transformações de um mundo cada vez mais globalizado. O intenso intercâmbio entre diferentes culturas, postas em contato pela colonização, pelos transportes e pelo espetacular avanço das comunicações, levou a novas formulações e respostas às necessidades espirituais do homem. Por outro lado, o individualismo ganhou terreno como virtude social, sustentando a idéia moderna de que nenhuma religião é detentora exclusiva da verdade absoluta mas, sim, que todas almejam ao aperfeiçoamento espiritual do ser humano. Portanto, este trabalho visa apresentar como as pessoas têm usado boa parte de seu tempo livre no exercício da prática religiosa como forma de inclusão social e sentido de pertencimento. O nosso lócus de pesquisa é a cidade de São Paulo - sociedade urbana industrial onde os vínculos de identidade em função das condições de trabalho e convivência ficam abalados. Através de pesquisas em fontes diretas (entrevistas em comunidades eclesiásticas) e indiretas (jornais, revistas e bancos de dados), destacamos que o papel da religiosidade é importante para os diferentes segmentos sociais nela envolvidos. Diferentes grupos têm disposto, em média, até 30% de seu tempo livre buscando na religiosidade uma forma de inclusão e um sentimento de identidade - fatores que numa sociedade moderna vêem-se evidenciando pela fragmentação e o surgimento constante de novas tribos urbanas.
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