O objetivo deste artigo é expor o pensamento de Hannah Arendt sobre a narrativa histórica, conforme a leitura das teorias da cognição e do signo de Peirce. Não se trata de paralelismo categórico, mas de realçar certa aproximação no modo de conceber o pensamento e a linguagem. Para ambos, a comunicação é fator importante na constituição de seus pensamentos. Enquanto um possui interesses mais amplos, o outro dirige seus esforços para o convívio humano, para a política e a história. No entanto, os dois autores estão de acordo quanto ao caráter falível de nossas opiniões, além de rejeitarem as filosofias tradicionais, defensoras de esquemas transcendentais, os quais são impostos, calando a experiência, fonte de nossas opiniões. Essa proposta, de buscar na experiência a origem das opiniões, ou interpretações, sem contar com regras transcendentais, mas com a comunidade, é que confere o caráter de indeterminação às narrativas. Elas não escapam dos fatores temporais e sociais. Portanto, estão sujeitas àquilo que lhes confere legitimidade, ou seja, à liberdade.
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