Com clara orientação liberal, traçando suas referências teóricas junto aos clássicos do pensamento econômico ocidental, o Jornal dos Economistas foi um importante órgão veiculador de idéias de um seleto grupo de bacharéis provenientes de setores ligados à classe média “descendente”. Um dos temas mais exaustivamente tratados foi o da reestruturação do trabalho rural, questão premente nos anos 1880 em face da decadência notória do modo de produção escravista. Ao afirmarem a pertinência do assalariamento na grande propriedade, e também a difusão da pequena propriedade com objetivo de colonizar a fronteira agrícola – em consonância com o exemplo do meio-oeste norte-americano –, os ideólogos de classe média do Jornal dos Economistas desconsideram as condições estruturais em que ocorria a transição para o capitalismo no Brasil no final do século XIX, e demonstram incompreensão a respeito dos interesses dos grandes proprietários rurais e de suas estratégias específicas de dominação social.
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