Mística e secularidade: impossível afinidade?

• Bingemer, Maria Clara Lucchetti ^[1]
  1. [1] PUC-RIO
• Localización: Horizonte: revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religiao, ISSN-e 2175-5841, Vol. 12, Nº. 35, 2014, págs. 851-885
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • Mystique and secularity: impossible affinity?
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• Resumen
  • English

    Is it religion in its authentic and precise meaning disappearing? Surely, it is at least changing its configuration. Secularity   has occupied the spaces before intended to religion. It is precisely in this exact context that, in our view, Mystique emerges with growing and renewed importance, while it is also reconfigured. For Panikkar, Only the mystic can survive in today's society without becoming violent or cynical. Only the mystic can preserve the integrity of his being because he is in communion with all reality. The term "mystique" indicates a direct relationship with the mystery, as the first source of being and also source all the existing past, present and future without time and space that is noticeable to interiority and which contains all reality in its fullness. So mystique is constitutively something human and not necessarily linked to a religious institution. In this paper we reflect on deinstitutionalization and detraditionalization that have marked the mystical experiences of today that are often on the margins or outside of any religion.

  • português

    Na sociedade hoje se pode dizer que a verdadeira religião em seu sentido autêntico e preciso está desaparecendo.  Ou ao menos mudando de configuração. A secularidade ocupa os espaços antes destinados à religião. Neste exato contexto é que, a nosso ver, a mística emerge com redobrada e renovada importância, mas igualmente reconfigurada. Só o místico pode sobreviver na sociedade atual sem se tornar violento ou cínico. Só o místico pode conservar a integridade do seu ser, porque está em comunhão com toda a realidade. O termo "mística" indica uma relação direta com o mistério, como fonte primeira do ser, de todo o existente passado, presente e futuro, sem tempo e sem espaço, perceptível à interioridade, que contém toda a realidade na sua plenitude. Por isso é algo constitutivamente humano e não necessariamente ligado a uma instituição religiosa ou não. Neste texto procuraremos refletir sobre a desinstitucionalização e destradicionalização que marcam as experiências místicas de hoje, as quais se apresentam muitas vezes à margem ou fora de qualquer religião.