As noções sobre representações do corpo obedecem a configurações construídas num fluxo temporal, cultural e imagético que podem ser remetidas tanto ao domínio da historiografia quanto da estética. Este artigo pensa o modo como duas artistas [Hilda Hilst (1922-1995), escritora e poeta brasileira, e Kiki Smith (1954-), artista plástica nascida em Nuremberg, moradora dos Estados Unidos] buscam dar forma ao “impossível real” dos corpos femininos por meio de estratégias discursivas e/ou formais que expressam, representam a “natureza carnal” desse corpo, sua fisiologia, excreções, fluidos, vulnerabilidade e força; mas ultrapassam o domínio da representação do real – do realismo em arte –, para criarem um corpo reinventado. Os conceitos de formless (Georges Bataille) e de método de dramatização (Gilles Deleuze) são usados como instrumental teórico para a discussão acerca destas condições de linguagem.
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