Elemento privado, mas que incorpora e expressa diversas ideologias, o corpo é um lugar prático direto de controle social, segundo Susan R. Bordo. Se nas artes plásticas o corpo, muitas vezes, nos aborda diretamente por meio do olhar, quase nos desarmando; na literatura, ele costuma aparecer velado, sob uma cortina discursiva a ser desvendada pelo leitor mais atento. Este artigo traz algumas reflexões sobre a representação do corpo feminino, especialmente do corpo gordo, a partir do romance Por que sou gorda, mamãe?, de Cíntia Moscovich. Tema que aparece de modo periférico na literatura brasileira contemporânea, o corpo feminino fora do padrão é apresentado em primeira pessoa neste livro.
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