Neste ensaio, pretendo testar o rendimento do conceito camuseano de revolta e de homem revoltado para pensar o estatuto político-existencial da literatura marginal, como movimento comprometido com a afirmação identitária das comunidades periféricas e engajado no seu autoreconhecimento como grupo, dotado de uma determinada cultura e de projetos coletivos. Além disso, a lógica interna do hibridismo inerente à linguagem heterogênea destes escritos balizará uma reflexão sobre a sua fatura estilística, a partir do contraponto entre o mero ecletismo e a tensão interna característica das mestiçagens criativas, segundo Serge Gruzinzki, em seu O pensamento mestiço.
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