No presente artigo dois modelos de traduções de um mesmo período histórico e publicadas pela mesma editora são analisados macro e microestruturalmente. O enfoque principal das análises são as representações escritas do discurso oral dos personagens de Agatha Christie nas traduções brasileiras, com destaque para o registro utilizado nos diálogos entre eles. Os dados levantados no estudo revelam que os livros de Agatha Christie representam claramente trocas culturais entre a América Latina e a Europa, reiteradas pelos achados de outros pesquisadores do tema, e ensinam sobre semelhanças na forma como a questão da oralidade tem sido abordada nacional e internacionalmente nas traduções de Agatha Christie, dando pistas sobre quais os elementos determinantes nesse processo no Brasil. As hesitações, exclusões, escolhas e estratégias demonstradas nesses dois textos representam opções sistemáticas da Agatha Christie brasileira que obviamente refletem considerações coloniais em termos de línguas, mas também em termos de gêneros literários.
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