Este trabalho tem como objetivo central analisar alguns elementos da atuação política do grupo feminista anarquista boliviano Mujeres Creando, especialmente, no que se refere às suas elaborações de análises feministas. A escrita teórica, a rádio independente, o jornal alternativo, a produção e a publicização de arte de rua, assim como a tentativa de articular a “tomada” das tecnologias e dos espaços como uma forma de produção discursiva sobre o feminismo, fazem parte da experiência de militância dessas mulheres desde a sua emergência, no ano de 1992. Buscando “tomar la palabra” como modo de pensar e falar sobre elas próprias, tal grupo construiu uma larga apropriação das mídias autônomas e autogestionadas que se tornaram marcas registradas de seu feminismo. Assim, considerando o recente contexto político boliviano, busco discutir historicamente a ideia de feminismo construída pelo grupo, em especial, considerando o desejo por autonomia como questão central de atuação.
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