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A construção do brinquedo terapêutico: Subsídios para o cuidar em enfermagem pediátrica

    1. [1] Universidade Estácio de Sá
  • Localización: Revista de Pesquisa: Cuidado é fundamental online, ISSN-e 2175-5361, Vol. 2, Nº. 3, 2010, págs. 299-299
  • Idioma: portugués
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  • Resumen
    • A CONSTRUÇÃO DO BRINQUEDO TERAPÊUTICO: SUBSÍDIOS PARA O CUIDAR EM ENFERMAGEM PEDIÁTRICA José Sebastião Simões Junior.Rita Maria Araújo Costa; Descritores: enfermagem; brinquedo;criança INTRODUÇÃO: A admissão hospitalar é algo que modifica o cotidiano dos indivíduos  interferindo na unidade familiar e em toda rede social. Em se tratando de crianças, o brincar emerge como um recurso para  modificar  o ambiente hospitalar, e proporcionando condições para minimizar os danos psicológicos advindos do "hospitalismo", facilitando o acesso à atividade simbólica e a elaboração psíquica de vivências do cotidiano. Mediante os jogos simbólicos, a realidade externa pode ser assimilada à realidade interna e auxiliar a criança hospitalizada a elaborar melhor esse momento (FROTA, 2007). O brincar é um fenômeno natural e complexo que serve a várias funções, dentre elas a comunicação, assim, as atividades lúdicas podem ser empregadas como instrumento para restabelecer a relação de ajuda, na medida em que subsidia a expressão não-verbal da criança. (NEMAN e SOUZA, 2003). O Brinquedo Terapêutico constitui-se num brinquedo estruturado para a criança aliviar a ansiedade causada por experiências atípicas para a idade, que costumam ser ameaçadoras e requerem mais do que recreação para resolver a ansiedade associada, devendo ser utilizado sempre que ela tiver dificuldade em compreender ou lidar com uma experiência difícil (RIBEIRO; SABATÉS; RIBEIRO, 2001). O uso do brinquedo terapêutico na assistência de enfermagem à criança tem sido considerado importante, pois pode facilitar uma resposta positiva da criança durante um procedimento doloroso, após demonstração de comportamentos ou respostas.OBJETIVOS: o estudo objetivou estabelecer através da revisão de literatura os critérios para elaboração e utilização de brinquedos terapêuticos pelos Enfermeiros e criar um modelo de brinquedo para aplicação dos critérios definidos.  METODOLOGIA: pesquisa do tipo bibliográfica, descritiva com método de abordagem qualitativo. A busca de referências foi feita nas bases de dados do sistema BIREME ( LILACS, SCIELo  e BDENF),  na Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde e em obras impressas sobre o tema, utilizando-se as seguintes palavras-chave: brincar, brinquedo terapêutico, enfermagem pediátrica. Os critérios para inclusão dos documentos na amostra foram: modalidades de trabalhos científicos (teses, artigos, periódicos, monografias e obras de divulgação) publicados no idioma português e ter como tema central o brinquedo como recurso de cuidado em crianças hospitalizadas. Foram localizados e submetidos à leitura flutuante 20 documentos e destes, descartados sete por não atenderem aos critérios de inclusão. Através de um instrumento de coleta de dados foram registradas informações referentes ao título, autor, local da produção, base de dados, ano de publicação, período, tipo de documento, modalidade de pesquisa, área do conhecimento e as questões que nortearam o estudo.RESULTADOS: A análise da literatura permitiu estabelecer parâmetros para utilização e criação de brinquedos terapêuticos que podem ser agrupados em três eixos temáticos: adequação ao estágio de desenvolvimento infantil, finalidade do uso de brinquedos terapêuticos e segurança e higiene dos brinquedos.  Com relação ao primeiro critério, observou-se como fundamental, que os Enfermeiros compreendam as necessidades de cada faixa etária e escolham brinquedos apropriados às fases do desenvolvimento infantil. Ao brincar, a criança aprende e adquire habilidades físi­cas, sociais e desenvolve a linguagem. O conhecimento dos estágios evolutivos da criança pode oferecer as orientações necessárias na seleção apropriada dos brinquedos. Segundo Castro, Ribeiro e Silva (2000) é necessário proporcionar à criança recursos que lhe facilitem a percepção da realidade da experiência, bem como dar-lhe apoio que lhe permita expressar de forma segura e de acordo com o seu nível de desenvolvimento, as emoções decorrentes da mesma. Baseados em Piaget, Rappaport, Fiori e Davis (2007) e Waksman e Harada (2005), estabeleceram uma relação entre a idade, o estágio de desenvolvimento, as habilidades e o tipo de brinquedo, contribuindo dessa forma, com informações atuais e de ordem prática para os Enfermeiros que cuidam das crianças. O Enfermeiro também pode utilizar para auxiliar na escolha do brinquedo para o cuidado a criança hospitalizada, o Sistema ESAR (Exçercise, Symbolical, Assemblage, Rules). (ALMEIDA, 1999). O segundo critério está relacionado a finalidade da utilização proposta para o brinquedo. A criança apresenta limitações em sua capacidade de compreensão dos fatos e situações vivenciadas por causa do seu pensamento fantasioso. Nesse contexto, Ribeiro et al. (2002) afirmam que o brinquedo terapêutico pode ser classificado quanto a sua finalidade em brinquedo dramático, brinquedo instrucional e brinquedo capacitador de funções fisiológicas. O brinquedo dramático é considerado como aquele em que as crianças utilizam-se de bonecos e materiais hospitalares para exteriorizarem seus sentimentos e, através dele, podem reviver situações desagradáveis e dominá-las de uma forma que seja possível aceitá-las. Ele serve também para que os profissionais possam identificar o que está afligindo as crianças, para poderem intervir terapeuticamente. O brinquedo instrucional é utilizado para a preparação da criança para a hospitalização, procedimentos e também pode ser usado como meio educativo, a fim de fornecer a compreensão do tratamento e esclarecer os conceitos errôneos. (Kiche e Almeida, 2009). O brinquedo capacitador de funções fisiológicas consiste naquele em que se busca desenvolver atividades em que as crianças possam, de acordo com suas necessidades, manter ou melhorar suas condições físicas. Ficou evidenciado no estudo que o critério higiene e segurança também devem ser levados em consideração.  Waksman & Harada (2005) afirmam que as práticas de segurança com brinquedos estão alicerçadas em quatro princípios básicos: seleção, supervisão, manutenção e armazenamento, e estes, devem ser observados pelo Enfermeiro durante sua assistência. Outro aspecto a ser verificado pelos profissionais é o da higiene dos brinquedos, pois no ambiente hospitalar os mesmos são compartilhados por crianças nas brinquedotecas e enfermarias podendo torna-se veículos de patógenos. Uma rotina institucional deve ser elaborada, especificando a periodicidade da limpeza e desinfecção dos brinquedos. Cardoso, Correa e Medeiros (2005) recomendam o trabalho integrado entre a equipe multidisciplinar da unidade pediátrica, a equipe da brinquedoteca e o serviço de controle de infecção hospitalar para constituir uma base para a adesão às práticas de prevenção e controle das infecções veiculadas pelos brinquedos.CONCLUSÃO: Captar e atender as necessidades das crianças através do brincar pode ajudar os profissionais de saúde a transformar o ambiente hospitalar em um potente espaço para o cuidado humanizado em pediatria. Este recurso  pode  ser utilizado  em todas as situações de cuidado, seja no período de hospitalização ou no atendimento  ambulatorial e domiciliar, desde que a sua utilização seja fruto de uma escolha planejada e coerente com o perfil e as necessidades das crianças. Recomenda-se desta forma, que o Enfermeiro conheça os critérios mínimos para a elaboração e utilização dos brinquedos terapêuticos no cuidado a criança hospitalizada a fim de alcançar os objetivos da assistência e prevenir eventos adversos decorrentes do processo de hospitalização. ALMEIDA, M. T. P. de. O sistema ESAR. 1999. Disponível em:. Acesso em: 10 novembro 2009. CARDOSO, M. F. S.; CORREA, L.; MEDEIROS, A. C. T. A higienização dos brinquedos no ambiente hospitalar. Rev Prática Hospitalar, n.42, p. 170-172, 2005. CASTRO, A. S. de; RIBEIRO, C. A.; SILVA, C. V. da. Sentimentos e reações emocionais manifestadas por crianças de 3 a 6 anos de idade no pré-operatório imediato de postectomia, durante uma sessão de brinquedo terapêutico. Acta Paul Enf, São Paulo, v.13, número especial, p. 182-185, 2000. FROTA, M.A. et al. O lúdico como instrumento facilitador na humanização do cuidado de crianças hospitalizadas. 2007. Disponível em:. Acesso em: 28 agosto 2009. KICHE, M. 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Rev Paul Pediatria, v. 23, n. 1, p. 36-48, 2005. ______________. Escolha de brinquedos seguros para casa, ambulatório e hospital. Rev Paul Pediatria, v. 23, n. 4, p. 192-197, 2005. 


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