o padre jesuíta Pedro Perpinhão, natural de Valência de Aragão, exerceu a sua actividade em Portugal, ao serviço da Companhia de Jesus, entre 1551 e 1561. A sua permanência permitiu-lhe dedicar-se ao estudo da vida e obra de D. Isabel de Aragão, a Rainha Santa, sua conterrânea. Além das orações que compôs e pronunciou no Colégio das Artes, por decisão régia, dedicou-se à composição de uma biografia, para a qual adoptou as orientações formuladas pelos historiadores da Antiguidade, nas suas obras históricas. Assim, preocupou-se com a verdade dos factos que narrou, procurando seguir muito de perto fontes escritas existentes. Não obstante a fidelidade a essas fontes, não deixou de manifestar o seu espírito crítico, ora corrigindo, ora revelando algumas dúvidas em relação a algumas informações. Neste sentido também, fez a distinção entre aquilo que chegara ao seu conhecimento pela escrita e o que conhecera pela tradição, sem, no entanto, recusar liminarmente o que lhe chegara por esta via. Valorizou a experiência pessoal. Manifestou, em relação a algumas figuras históricas, a sua opinião, louvando-as ou repreendendo-as, na acepção de que a história é manancial de exemplos para as gerações vindouras.
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