Admirador e imitador dos autores clássicos, D. Francisco Manuel de Melo foi senequista nos excursos moralistas e tacitista na construção da diegese historiográfica:
colocando os factos (de preferência a possíveis comentários) a denunciar a índole dos biografados, apesar de se comportar como autor omnipresente e omnisciente; compondo uma história apologética mas com pretensões de imparcialidade; fazendo preceder os seus ensaios dum prólogo programático e destinado a captar a benevolência do leitor;
servindo-se de discursos dos protagonistas como artifício para construir o tecido narrativo.
Característicos do estilo meliano são também os parênteses eruditos destinados a fazer uma pausa na leitura. Esses excursos, além de moralidades, comportam paralelos, exemplos, aforismos, notas eruditas em grande parte colhidas dos autores clássicos predominantemente latinos quase sempre citados de cor.
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