Este artigo foca a maneira como é representada a figura de Apolo na epopeia religiosa de Soror Maria de Mesquita Pimentel (1581-1661), escritora professa do Mosteiro de São Bento de Cástris, na cidade de Évora, e que se tornou a primeira mulher a publicar em língua portuguesa um épico intitulado Memorial da Infância de Cristo e Triunfo do divino Amor (1639), texto de suma importância para se entender o género épico na história da literatura portuguesa e, consequentemente, o uso pelas mulheres da mitologia grega, mesmo em texto produzidos em espaços conventuais. Para isto faremos uma revista em torno do que os críticos dizem a respeito do deus Apolo, enfoque principal da nossa análise, e quais as apropriações que a escritora-monja dá a este mito no seu texto, visto que ele figura com bastante frequência, mais do que outros deuses mitológicos, com a nítida intenção de demonstrar a pluralidade simbólica desta divindade ao serviço do que é benévolo e cristão.
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