A figura mítica de Orfeu foi utilizada por Murilo Mendes como tema poético em diferentes momentos de sua produção. Por meio da análise de dois poemas, "Despedida de Orfeu" e "EXERGO", e do relacionamento desses textos com textos da tradição clássica, do Renascimento e de outros momentos da história da poesia ocidental, é possível perceber como Murilo tomava o mito de Orfeu como referência à capacidade desveladora da prática poética, capaz de revelar dimensões profundas da realidade nem sempre captáveis pelos sentidos ou pela percepção inibida pelo cotidiano mecanizante. Na modernidade muriliana, é como nostalgia e projeto utópico que essa capacidade é apresentada.
The mythical figure of Orpheus was used by Murilo Mendes as a poetic meme in different moments of his production. Through the analysis of two poems - "Despedida de Orfeu" and "EXERGO" - , and the comparison of these texts with texts of the Classical tradition, the Renaissance and other periods in the history of Western poetry, it is possible to realize how Murilo conceived Orpheus' myth as a reference to the unveiling capacity of the poetic practice, which can reveal deeper dimensions of reality not always captured by the senses or the perception inhibited by a routinising life. ln modem times as conceived by Murilo, this ability is presented as nostalgia and an utopian projecto
© 2001-2025 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados