O objetivo desse artigo é a compreensão das representações acerca dos sarracenos na autobiografia de Jaime I de Aragão produzida na década de 1270, o Llibre dels Feyts. Uma vez que os estudos medievais contemporâneos interpretam estas representações a partir de uma preponderância dos aspectos étnicos e religiosos ou de uma ruptura ocasionada pela primeira revolta de Valência (1244), faz-se necessária a análise das relações entre cristãos e muçulmanos, a partir de um conceito medieval de tolerância, a fim de abarca-las em sua complexidade histórica e ampliar as interpretações até o momento desenvolvidas, inserindo Jaime I no contexto Ibérico do século XIII. A análise do Llibre dels Feyts expõe a operacionalização de uma política pragmática frente às populações muçulmanas conquistadas, a tolerar aqueles que reconhecem a autoridade e legitimidade do monarca catalão-aragonês. De acordo com uma perspectiva orgânica e feudal os sarracenos foram incorporados aos territórios catalães e aragoneses, sem, contudo, desfrutar de um estatuto de igualdade.
The purpose of this article is to undestand the representations about the saracens in the autobiography of James I of Aragon (1208-1276) produced in the 1270 decade, the Llibre dels Feyts. Since the contemporary medieval studies interpret these representations from a preponderance of ethinic and religious aspects or a break caused by the first revolt of Valencia (1244), becomes necessary to analyze the relations between christians and muslims from a medieval concept of tolerance in order to encompass them in their historical complexity and increase the interpretations to the developed time by entering James I in the Iberian context of the XIII century. The analysis of the Llibre dels Feyts exposes the operationalization of a pragmatic policy toward the conquered Muslims populations, to tolerate those who recognize the authority and legitimacy of catalan-aragonese monarch. According to an organic and feudal perspective the saracens were incorporated into Catalan and Aragonese territories, without, however, enjoy a equal status.
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