En enero de 2011, en un importante hallazgo arqueológico en la zona portuaria de la ciudad de Río de Janeiro, se encontraron las piedras del muelle por donde desembarcaban centenas de millares de esclavos africanos para ser vendidos en el antiguo mercado de Valongo, considerado como el mayor de su género en Brasil en los siglos XVIII y XIX. Enterrado y “olvidado” en la estructura urbana carioca durante aproximadamente dos siglos, el Valongo se transforma, en 2012 (ahora como monumento), en punto de un Circuito Histórico y Arqueológico de la Celebración de la Herencia Africana, en el contexto de una amplia reforma urbanística del área del puerto, el Proyecto “Porto Maravilha”. Este ensayo hace una reflexión sobre la restauración (lo viejo transformado en nuevo) de un lugar asociado al pasado esclavista y a su carácter pedagógico. Se cuestiona respecto de cómo y por quién ha sido y es configurada la historia brasileña.
In early 2011, during an outstanding archeological excavation in the port area of Rio de Janeiro city, stones that belonged to the wharf where hundreds of thousands of African slaves disembarked, later on to be sold in the old Valongo market, were found, a place held to be the largest of its kind in Brazil in between the 18th and 19th centuries. Buried and erased from the urban texture of Rio for nearly two centuries, in 2012 Valongo has become a milestone in the Historical and Archeological Circuit of the Celebration of African Legacy, with both educational and tourist characteristics, within the context of shifting the city-planning reform of the docks area, also called as the Marvellous Port Project. This essay discusses the possibilities of (re)reading today a part of the history about this city and also Brazil’s, a history associated with the African slave trade and slavery, which in many aspects was not told. The emerging of these ruins in the 21st century arouses questions as to how and by whom Brazilian history was and is configured.
Em janeiro de 2011, em um expressivo achado arqueológico na zona portuária da cidade do Rio de Janeiro, foram encontradas as pedras do cais por onde desembarcaram centenas de milhares de escravos africanos a serem vendidos no antigo mercado do Valongo, tido como o maior do gênero no Brasil nos séculos XVIII e XIX. Soterrado e “esquecido” no tecido urbano carioca por quase dois séculos, o Valongo se transforma, em 2012 (agora como monumento), em ponto de um Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, no contexto de uma ampla reforma urbanística da área portuária, o Projeto Porto Maravilha. Este ensaio é um convite à reflexão sobre a restauração (o velho transformado em novo) de um espaço urbano associado ao passado escravista brasileiro. Questiona a respeito de como e por quem a história do país foi e é configurada - seus modos de usar.
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