Brasil
Intenta-se nesse artigo apresentar e discutir os princípios da fenomenologia transcendental de Edmund Husserl, refletindo especialmente sobre o procedimento de redução fenomenológica e sua utilização como fundamento primeiro de uma fenomenologia da paisagem contemporânea. Noções caras à fenomenologia como imanência, transcendência, fenômeno, situação, intencionalidade e intersubjetividade, entre outras, são problematizadas nas diferentes seções do texto, assim como os resultados de um exercício de fenomenologia da paisagem, realizado com os estudantes de disciplina homônima, oferecida em 2013 no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal da Bahia (POSGEO-UFBA). Conclui-se que o maior ganho desse tipo de procedimento parece ser a conscientização pelos participantes de que nem o mundo nem a paisagem são dados absolutos ou externos aos seres humanos, mas se constituem neles e a partir deles, o que torna paisagem e mundo “universais sempre negociados”. Desse modo, a redução fenomenológica não é a “fórmula de uma filosofia idealista”, mas sim a “fórmula de uma filosofia existencialista”, como nos lembra Merleau-Ponty, radicalmente humanista e centrada nos seres humanos. Por fim, a redução fenomenológica nos revela também que a paisagem é uma relação entre sujeitos que intersubjetivamente relacionam objetos constituindo paisagens como “universais”.
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