A resiliência, definida como a capacidade de um sistema para se recuperar de um choque ou perturbação (Martin, 2012), tem sido alvo de crescente atenção no contexto do turismo (Cochrane, 2010). Este artigo foca-se no modo como o turismo é resiliente a grandes desaires económicos, como a crise económica grega. Investigou-se o papel que o género desempenha na origem desta resiliência, examinando como as empreendedoras do setor turístico são resilientes a uma crise macroeconómica.
Durante a investigação, conduzida na Grécia entre Junho e Dezembro de 2012 durante uma crise macroeconómica, foram realizadas entrevistas semiestruturadas e aplicou-se a observação participante, com o objetivo de analisar vinte empresários de artesanato turístico. Foi utilizada a análise temática para examinar as informações resultantes destas interações. A reprodução social, enquanto as atividades realizadas numa base diária e intergeracional para manutenção da vida humana, fornece uma lente matizada sobre os elementos políticos e económicos que influenciam o empreendedorismo feminino no turismo.
Através da economia feminista, usada para avaliar criticamente a atual teorização do empreendedorismo, este artigo revela como o duplo papel das mulheres, enquanto cuidadoras e empreendedoras, lhes proporciona uma capacidade inerente de resistência aos choques sistémicos, uma vez que estão mais habituadas a lidar com a “crise”, tanto no seio da família, como quando equilibram a vida familiar e profissional. Observou-se ainda que os papéis femininos de cuidadoras e de não adesão às características empreendedoras “clássicas”, como assumir riscos, aumentam a resistência em tempos de crise económica. Isto sugere que práticas de empreendedorismo feminino no turismo podem produzir um “antídoto” para alguns dos efeitos negativos da crise económica
Resilience, defined as the ability of a system to recover from a shock or disturbance (Martin, 2012), is a subject receiving increased attention within tourism (Cochrane, 2010). This paper, focuses on how tourism is resilient to major negative economic events such as the Greek economic crisis. More specifically, the role gender plays in creating this resilience is investigated, by examining how female tourism entrepreneurs are resilient to a macroeconomic crisis.
During research carried out in Greece over the period June to December 2012 during a macroeconomic crisis, semistructured interviewing and participant observation were used to explore twenty handicraft tourism entrepreneurs from a gender and economic perspective. Thematic analysis was then employed to analyse the information arising from these interactions. Social reproduction, which is the activities completed on a daily and intergenerational basis to maintain human life, provides a nuanced lens on the political and economic elements influencing female tourism entrepreneurship.
Using feminist economics to critically review current entrepreneurship theorising, this paper reveals how women’s dual roles as carers and entrepreneurs provide them with an inherent resilience to systemic shocks as they are more used to dealing with ‘crisis’ both within the family and when juggling family and work commitments. It is also observed that feminine caring positions and non-adherence to ‘classical’ entrepreneurial characteristics such as risk-taking, increase resilience in times of economic crisis. This suggests that feminine tourism entrepreneurship practices may produce an ‘antidote’ to some of the negative effects of the economic crisis
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