O presente estudo problematiza as formas de compreender a relação saúde e doença, através da colocação de parênteses entre a pessoa e sua morbidade. Para realizar essa reflexão, são utilizados autores, como Laplantine, Canguilhem, Amarante. Nas medicinas centradas na doença, baseadas no modelo fisicalista, o parênteses é posto na pessoa, o foco de cuidado é a doença e sua manifestação (os sintomas). Desse modo, caberá ao médico dar sentido a esses sintomas e tratá-los. Nas medicinas centradas na pessoa, baseadas em um modelo que considera a pessoa como um todo, o parênteses é posto na doença, logo a pessoa é tomada como referência em sua relação com o corpo social. Assim, se passa a trabalhar com o enfoque na saúde e com a possibilidade de experiência dessa pessoa. Conclui-se que a perspectiva de “pôr entre parênteses” torna visível alguns saberes, provocando ações e reações no que diz respeito ao cuidar das pessoas, que podem contribuir para suas constituições em sociedade, de maneira que essas possam lidar com as vicissitudes da vida.
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