Relata-se aqui o estudo de comparação indireta sobre a eficácia e segurança dos fármacos natalizumabe e fingolimode, utilizado como subsídio pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) em recomendações sobre o tratamento de esclerose múltipla. Foram selecionados quatro ensaios clínicos randomizados, sobre a forma remitente-recorrente da esclerose múltipla (n = 3.364), após buscas nas bases MEDLINE, CENTRAL e Clinicaltrials.gov. Foi adotada uma abordagem bayesiana, com a Análise de Múltiplos Tratamentos (MTC), e uma abordagem frequentista, com o método de Bucher. Na eficácia, os modelos bayesianos apresentaram o natalizumabe como o melhor tratamento nos nove desfechos avaliados, com uma probabilidade média de 73,6% (amplitude: 52,7 a 95,6 %). Os desfechos relacionados à ausência de lesões apresentaram melhores resultados com o natalizumabe: Odds Ratio de 3,77 (IC 95%: 2,07 a 6,87) e 2,34 (IC 95%: 1,46 a 3,77), avaliados em T1-gadolínio e T2, respectivamente. Os desfechos de segurança avaliados não apresentaram significância estatística. As análises de sensibilidade com os potenciais modificadores de efeito não implicaram impactos substanciais sobre as estimativas. O natalizumabe parece ter benefícios iguais ou até superiores ao fingolimode em relação aos desfechos de eficácia na esclerose múltipla remitente-recorrente.
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