Brasil
Neste artigo procura-se interpelar as formas gerais de gestão contemporânea das grandes cidades, sua relação com os meios de espacialização capitalista e sua articulação com o campo do patrimônio cultural. Tendo como pressuposto as mudanças conjunturais do modo capitalista de produção em sua perspectiva desigual e combinada, o que se pretende esboçar é a noção de que estão em curso alterações significativas na forma de representar e agir sobre o urbano, e que estas evidenciam problematizações para a cultura, em especial no que toca ao seu gestionamento. Tendo como objeto a história recente das políticas patrimoniais em atividade na cidade do Rio de Janeiro, procura-se ilustrar duas fases distintas: a primeira mostrou correspondência com as escolhas produzidas pelos institutos de proteção da memória nacional, expressando preocupação com a dimensão da preservação imobiliária. Numa segunda fase, mais recente, a política de patrimônio mantém a preocupação imobiliária, mas incorpora alguns dos elementos do marketing urbano e da economia criativa, tendo em seu esforço final ampliado o cenário de centralismo burocrático que já se desenhava.
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