Raquel Aparecida Cesar da Silva, Maria Helena Henriques Saldanha
The literature produced in Africa occupies an uncertain position in the Western cultural panorama, both for the incipient condition of its production and the thought, deeply rooted, that there would be an African essentiality to be preserved against all forms of exchange, including the exchange of ideas. But the truth is that such essentiality, if indeed existed, has long become a illusion, projected on the continent from the outside. Based on this principle, the work presented here analyzes how the literature and ideas of the Mozambican author Mia Couto, by withdrawing from the supposed African essentiality, get closer to what one may consider a postmodernist position. For that, we turn to novels and assays written by the author, as well as the ideas of Linda Hutcheon (1991), Homi Bhabha (2014) and Stuart Hall (2006) on cultural and artistic identity in postmodernism.
A literatura produzida na África ocupa uma posição ainda incerta no panorama cultural do Ocidente, tanto pela condição incipiente de sua produção quanto pelo pensamento, profundamente arraigado, de que haveria uma essencialidade africana a ser preservada contra toda e qualquer forma de intercâmbio, inclusive o intercâmbio de ideias. Porém, a verdade é que tal essencialidade, se de fato existiu, há muito que se tornou uma ilusão projetada sobre o continente de fora para dentro. Partindo desse princípio, o trabalho aqui apresentado procura analisar de que maneira a literatura e o pensamento do autor moçambicano Mia Couto, ao se afastarem da suposta essencialidade africana, aproximam-se do que podemos considerar uma postura pós-modernista. Para tanto, recorremos a obras romanescas e ensaísticas do autor, assim como às ideias de Linda Hutcheon (1991), Homi Bhabha (2014) e Stuart Hall (2006) sobre identidade cultural e artística no pós-modernismo.
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