Arte e conhecimento em "Os papéis do inglês" de Ruy Duarte de Carvalho

• Ewald, Felipe Grüne ^[1]
  1. [1] UEL
• Localización: Abril: Revista do Estudos de Literatura Portuguesa e Africana - NEPA UFF, ISSN-e 1984-2090, Vol. 4, Nº. 7, 2011 (Ejemplar dedicado a: O COLONIAL E O PÓS-COLONIAL: REFLEXÕES CRÍTICAS), págs. 65-78
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • Art and knowledge in “The english papers”, by Ruy Duarte de Carvalho
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• Resumen
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    The text is devoted to the study of The English papers by Ruy Duarte de Carvalho, which aims at defining the legitimacy and the space of the eth­nographic discourse in the full constitution of the novel. Three congruent and interrelated aspects are discussed. The first one is generically named as epistemology, due to the fact that the novel introduces different ways of knowing and dealing with the world. From the standpoint of the anthro­pologist, the narrator proposes a conception of symmetry and distances himself from the classical rational academic epistemologies, aiming at a subjectivity comprehended in terms of relations, dependent on the other subjects. The second aspect, clearly connected to the first one, concerns the construction of the narrative, which is exposed both in the content and in the formal aspects. The constant use of metanarrative structures is noticed. The narrator suspends the narrative in order to resume it, rethink it and reflect about the courses it will take. The previous two aspects form a third one, which postulates a particular understanding of aesthetics. We come to the conclusion that Ruy Duarte discusses the subjectivities put in relation and reports this experience. The novel is composed of different discourses, being the ethnographic discourse one of them.

  • português

    O presente texto dedica-se ao estudo de Os Papéis do Inglês, de Ruy Du­arte de Carvalho, que busca marcar a legitimidade e o espaço do discurso etnográfico na constituição plena do romance. Abordo três aspectos con­gruentes e inter-relacionados. O primeiro nomeio genericamente como uma epistemologia, em função de a obra nos apresentar diferentes formas de conhecer e lidar com o mundo. A partir do lugar do antropólogo, o narrador propõe uma lógica de simetria e se distancia dos rumos tomados pelo meio acadêmico, voltando-se para a busca da subjetividade de modo relacional, em função dos outros. O segundo aspecto, atrelado ao primeiro, trata da construção da narrativa, o que é exposto tanto no conteúdo, como na forma. Aqui evidencia-se o uso constante de estruturas metanarrativas: o narrador suspende a narrativa a fim de retomá-la, reconsiderá-la e refletir sobre o caminho que ela irá tomar. Os dois aspectos anteriores dão forma a um terceiro, que consiste em uma proposição estética singular. Conclui­-se que o romance mira uma discussão das subjetividades, sempre alçadas em uma relação, cuja experiência é relatada. O romance é formado pelos diferentes discursos, entre eles o etnográfico.