Braga (São José de São Lázaro), Portugal
A entrada no século XXI levantou um conjunto de desafios para o jornalismo, principalmente provocados pelo desenvolvimento da Internet (Bivens, 2008; Erdal, 2011). Na primeira década deste século, a massificação da rede e dos computadores marcou os debates em torno da reconfiguração do jornalismo neste novo ambiente. Já no decorrer da segunda década, o desenvolvimento dos periféricos de informação móvel e o crescimento das media sociais acrescentaram novos motivos para pensar este novo ecossistema. Ora, todos estes debates terão obrigatoriamente de ser integrados na reflexão sobre o renovado papel do Serviço Público de Media (SPM). Depois de terem evoluído em ambiente broadcast, os operadores públicos são hoje confrontados com a necessidade de distribuir conteúdos em diferentes plataformas, usando distintas linguagens e dirigindo-se também a públicos com diferentes modos de consumo e de posicionamento perante os conteúdos (Hermida, 2013; Neto, 2014).
Deste modo, partimos de um estudo de caso em torno da cobertura mediática que os operadores públicos de diversos países europeus efetuaram durante o Campeonato do Mundo do Brasil. Para encontrar elementos estruturantes do SPM, acrescentamos para cada país o estudo de um canal privado. Assim, foram analisados 12 jogos, envolvendo seis outlets informativos de operadoras europeias – três privados e três públicos -, de três países diferentes: Bélgica, Portugal e Reino Unido. Queremos, nesta investigação, destacar sinais de convergência e oportunidades criadas para um consumo mais ativo (Moe, 2010; Westlund, 2013).
Entre as principais conclusões deste estudo podemos salientar o pouco aproveitamento das oportunidades para uma efetivação das promessas da convergência, tanto ao nível dos conteúdos como da integração dos cidadãos.
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