Em maio de 2012, a presidenta Dilma Roussef nomeou os membros da Comissão Nacional da Verdade, dando providências à Lei 12.528/2011. O ato oficial ensejou o avivamento, sobretudo nas comunidades de interesse, dos debates acerca das violações aos direitos humanos cometidas durante a ditadura instaurada em 1964. Trata-se, entretanto, do capítulo mais recente de um embate iniciado ainda durante a ditadura, signo da longa e inconclusa transição brasileira. O presente artigo tem a finalidade de analisar as disputas a respeito da instalação, da pauta e dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade e inseri-las em uma perspectiva de média duração. Investiga-se como dois polos do processo, as corporações militares e os movimentos de familiares de mortos e desaparecidos, informam suas ações e manifestações em uma disputa de memória que remete ao auge da ditadura. Investiga-se, também, como o governo federal vem produzindo uma narrativa oficial sobre o processo.
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