O genocídio perpetrado pelo nazismo ocupa um lugar destacado na história do século XX como paradigma da barbárie. Nessa condição, tornou-se também um expediente discursivo muito utilizado para legitimar ou estigmatizar (“nazificar”) certos agentes e causas. O presente trabalho historiciza e explora representações concorrentes das atrocidades nazistas, analisando como se constitui em capital simbólico mobilizado para justificar ou condenar as ações do Estado israelense que, por sua vez, busca se afirmar como porta-voz de todas as vítimas do holocausto. O artigo apresenta os primeiros usos dessa memória e os principais críticos de sua manipulação discursiva. Na sequência o enfoque recai sobre uma dimensão pouco explorada da questão: as evocações do nazismo para condenar a ocupação e certas ações israelenses, dos anos 1940 até 2014. Ao final, esse uso específico é contraposto à bibliografia especializada sobre modernidade, holocausto e barbárie.
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