Nos finais do século XV, longe ia o contexto do aparecimento das Ordens Militares, ocorrido na Idade Média Plena, quando os cluniacenses difundiam o ideal de um monaquismo vigoroso, a cavalaria se estabelecia enquanto grupo cristianizado e a Cruzada procurava a libertação dos lugares santos e o afastamento da ameaça islâmica sobre a Cristandade. No quadro peninsular, onde estas milícias se estabeleceram desde o século XII para combater os muçulmanos na Reconquista, conseguimos observar na charneira para a modernidade a sua faceta marcial, nem sempre considerada pela historiografia para esse tempo de transição bélica. Tomando por objecto a Guerra da Sucessão de Castela de 1475-1479, procuraremos compreender - com base em fontes portuguesas, castelhanas e aragonesas - o papel (activo) que as Ordens Militares assumiram nos preparativos e nas operações da campanha que D. Afonso V conduziu no reino vizinho, com ponto alto na Batalha de Toro (1476), bem como na defesa da raia portuguesa; na Castela dos Reis Católicos, caracterizadas pela volatilidade de posições e pela conflitualidade interna, estas milícias protagonizaram, como veremos, as mais diversas acções militares, revelando-se determinantes na evolução da contenda.
In the late fifteenth century, distant was the context of the emergence of the Military Orders, which occurred in the Classic Middle Ages, when Cluny diffused the ideal of a strong monasticism, chivalry was established as christianized group and the Crusade sought the freedom of holy places and the removal Islamic threat about Christianity. Within the peninsular area, where these militias were established since the twelfth century to fight the Muslims in the Reconquista, we can look at the hinge to modernity his martial aspect, not always considered by historiography for this time of transitions at war. Taking in account the War of Succession of Castile 1475-1479, we seek to understand - based on portuguese, castilian and aragonese sources - the (active) role assumed by the Military Orders on the preparations and on the operations of the campaign led by Afonso V at the neighboring kingdom, with a high point in the Battle of Toro (1476), as well as the defense of the portuguese frontier; and the actions on the Castile of the Catholic Kings, characterized by volatility positions and internal conflict, these militias staged, as we shall see, various military actions, revealing determinants in the evolution of strife.
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