O artigo debruça-se sobre as recentes iniciativas das Assembleias de Deus em preservar parte de seu patrimônio histórico-cultural, particularmente criando o Centro de Estudos do Movimento Pentecostal (CEMP), juntamente com o Memorial Gunnar Vingren, ambos na sede da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), e o Museu Nacional da Assembleia de Deus em Belém, Pará, cidade onde se iniciou a instituição religiosa em 1911. Entre os vários aportes teóricos que ajudam a entender tal fenômeno, destacam-se os conceitos de “regime de historicidade” e “presentismo” do historiador francês François Hartog, pois se entende, a partir de pesquisas realizadas nos documentos institucionais, que as ações patrimoniais das Assembleias de Deus se devem, entre outras coisas, a um modo de lidar com o tempo. Se antes passado, presente e futuro se conjugavam em chave hermenêutica escatológica, na atualidade percebe-se um arrefecimento de tal compreensão, ajustando-se institucionalmente a um “regime de historicidade presentista”, onde se estreita a relação com passado e futuro a partir do presente. O desejo de controlar as narrativas históricas, nos processos de patrimonialização da memória institucional, aponta para uma diminuição da expectativa escatológica, ou melhor, a escatologia se “presentifica”.
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