Este artigo analisa o testemunho poético da guerra da Guiné-Bissau, entre 1998 e 1999, a partir de poemas do livro No fundo do canto, de Odete Semedo, comparando-os com fotografias desse período histórico. Objetiva-se discutir a forma como essas duas linguagens, ao dialogarem entre si, “capturam” esse momento do país. Pretende-se demonstrar que, nos poemas, a voz poética assume-se como mensageira da nação, numa escrita que busca registrar o caos e expressar os horrores da guerra. A discussão é ancorada em estudos de Schøllhammer (2002; 2012), sobre o realismo afetivo; em Barthes (1984), que possibilita pensar como se manifestam, na escrita poética e na linguagem fotográfica, o efeito do "Isso foi" barthesiano; e nas reflexões de Huyssen (2000), sobre a paixão pela memória e como as práticas dessa memória podem trazer à tona “outras memórias”.Memórias da guerra: um diálogo entre poemas de Odete Semedo e o registro fotográfico do conflito armado de 1998-1999, na Guiné-Bissau
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