Quando falamos de realismo em relação à literatura brasileira contemporânea, acontece normalmente na chave da continuação do projeto histórico do romance do século 19 ou da perspectiva de um projeto representativo incompleto que ainda merece respeito e atenção pela tarefa de visualizar a realidade marginalizada, excluída e periférica da sociedade brasileira, principalmente nas grande cidades. Em ambos os casos entende-se o realismo como um projeto representativo fortemente motivado pela consciência política e ética das injustiças excludentes de uma sociedade autoritária que amarra a literatura brasileira ao realismo. Nas décadas de 1950 e 1960, as narrativas de nossos vizinhos latino-americanos enveredavam por caminhos do fantástico e do realismo mágico, a literatura brasileira reformulava o realismo social do romance de 30 à prosa urbana da década de 1960. E, mesmo durante um certo fervor libertário do experimentalismo metadiscursivo do pós-moderno, da década de 1980, o realismo sempre foi a referência principal.
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