Paulo Augusto de Souza Nogueira
The relationship between religion and language is the focus of renewed attention in the Brazilian graduate programs in Religious Studies through Congress working groups and areas of concentration devoted to the study of what is conventionally called Religious Languages. This article proposes a link to this new field of study through a semiotic and cognitive approach, suggesting the study of religion as a secondary language system through three fundamental semiotic systems: gesture, image (metaphor) and narrative. Their religious counterparts are ritual, icon (poetry) and myth. These three systems work together as hybrid and multi codified cultural texts, with a high level of power in creating new messages. Finally, the article also discusses the fictional and grotesque aspects of religious expressions as well as some of its distinctive features. According to them, besides the fact that religion structures the world, religion tends to stress and explicit the “as if” games of culture, and pushes cultural representations to the borders of its established systems. Religion proposes to culture dense and kaleidoscopic representation systems, who articulate textually ambiguous and paradoxal aspects of social life.
As relações entre religião e linguagem estão recebendo um novo tratamento nos programas de pós-graduação no Brasil por meio de grupos de trabalho de congressos, grupos de pesquisa e áreas de concentração dedicadas ao estudo do que se convencionou chamar de Linguagens da Religião. Esse artigo propõe uma articulação para essa nova área de estudos por meio de uma abordagem semiótica e cognitiva da temática, propondo o estudo da religião como sistema secundário de linguagem, por meio de três sistemas semióticos fundamentais: o gesto, a imagem (metáfora) e a narrativa. Esses encontram correlação na tríade: rito – ícone (poesia) – mito. Esses três sistemas se relacionam entre si criando textos híbridos e multicodificados na cultura, com alto poder de geração de novas mensagens. São tratados também os aspectos ficcionais e grotescos das expressões religiosas como alguns dos seus aspectos distintivos. Segundo os mesmos, apesar da religião estruturar o mundo como a linguagem, ela tende a fortalecer e explicitar os jogos de “como se” da cultura, além de levar as representações para os limites dos sistemas estabelecidos. Religião propõe, portanto, à cultura sistemas densos e caleidoscópicos de representação, por meio dos quais aspectos ambíguos e paradoxais da existência e da sociedade são articulados textualmente.
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